terça-feira, 24 de agosto de 2010

   A tecnologia 3D tem ganhado muita repercussão ultimamente, como pode ser notado em filmes como Avatar e no enfoque dado na transmissão em 3D de 25 partidas do último mundial da África do Sul. Para utilizar esta tecnologia é necessário que se tenha óculos que sejam capazes de proporcionar a sensação do relevo e da profundidade. No entanto, tais óculos além de serem pouco higiênicos, também proporcionam incômodos e dores de cabeça nos telespectadores.
   Uma pesquisa para desenvolvimento de televisores tridimensionais que dispensam a utilização dos incômodos óculos vem sendo realizada na Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, liderada pelo pesquisador José Joaquim Lunazzi. Os pesquisadores trabalham com o desenvolvimento de imagens tridimensionais baseadas na técnica da holografia.

   A técnica da holografia, desenvolvida por Dennis Garbor em 1948, é uma forma de representar uma pessoa ou objeto através da exposição da mesma a feixes de laser os quais são capazes de armazenar estas imagens em filmes fotográficos de altas resoluções. Quando estes filmes são iluminados a laser, eles são capazes de reconstituir a imagem da pessoa ou objeto em três dimensões.
   Utilizando da holografia, os pesquisadores desenvolveram um protótipo único em todo o mundo, a Holo TV. Esta, além de dispensar a utilização dos óculos, ainda tem como vantagem a possibilidade do telespectador se posicionar em diferentes posições em relação ao televisor.Esta flexibilidade é devida ao princípio da codificação-decodificação de profundidade por difração da luz que foi desenvolvido pelo próprio Lunazzi em um trabalho publicado em 1990 e que até então nunca havia sido aplicado.
   O sistema é composto de uma tela de 30 por 60 centímetros, transparente, feita de filme fotográfico com sais de prata de alta resolução. Ao contrário das telas de projeções convencionais, cuja iluminação é feita pela frente ou por trás da tela, na Holo TV isso é feita de maneira oblíqua ao plano da tela Para Lunazzi, isso é bastante importante para que o telespectador tenha a liberdade de movimento sem a perda da ilusão tridimensional das imagens. A pes¬quisa de Lunazzi recebeu cerca de R$ 24 mil como apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), por meio do projeto Geração de figuras e imagens tridimensionais.
   A tecnologia já foi apresentada por ele em congressos realizados na Europa, Estados Unidos, China, Japão e Coréia do Sul, além de outros centros de pesquisa. Segundo Lunazzi, o momento atual é interessante para incentivar esse tipo de pesquisa ao redor do mundo e reforçar a imagem no exterior de que no Brasil são feitas pesquisas de ponta. No entanto, na sua visão, uma parceria com um grande fabricante mundial seria o ideal para viabilizar comercialmente a produção da Holo TV. Lunazzi revelou que, em 2008, ele recebeu a visita de pesquisadores de uma empresa coreana, interessados em conhecer a técnica de holografia por dupla difração de luz branca. Infelizmente não houve progresso nessas conversas, disse o coordenador. O sistema está permanente¬mente em exibição ao público por meio do evento Exposição de Holografia, no ende¬reço http://www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/expo.htm

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