terça-feira, 31 de agosto de 2010

   Pesquisadores da Universidade de Rice e de Hewlett-Packard (H.P) anunciaram nesta semana que eles esperam ser capazes de superar uma das barreiras que tem se oposto ao processo de miniaturização de memórias, que juntamente com outros componentes são a base para a revolução no consumo de dispositivos eletrônicos.
   Existe uma lei na computação denominada Lei de Moore. Formulada em 1965 por Gordon Moore, co-fundador da Intel, a lei é uma observação de que a indústria tem a capacidade de dobrar a quantidade de transistores impressos em uma placa de silício a cada 18 meses.
   No entanto,nos últimos anos os entraves físicos e financeiros que as empresas de produção de chips têm enfrentado tem deixado os pesquisadores temerosos em relação à capacidade de equipamentos eletrônicos armazenarem cada dia mais informações. O fim da lei de Moore era iminente pois os semicondutores não podiam, com a tecnologia atual, ser reduzidos ainda mais. Mas, por que continuar usando os dispositivos tradicionais?
   Pensando nisso, pesquisadores de Rice desenvolveram um novo tipo de comutadores digitais - dispositivos fundamentais nas memórias- que podem ser muito menores que os dispositivos convencionais. Melhor ainda, tais dispositivos foram feitos utilizando um composto presente nos chips atuais, o óxido de silício, facilitando uma possível aplicação comercial.
   Em parceria com uma empresa do Texas, foi desenvolvido um chip com esta arquitetura. Ele foi capaz de armazenar e recuperar informações em um total de 1000 bits. Muito pouco não é. Mas, se os pesquisadores conseguirem alcançar seus objetivos, serão capazes de criar memórias que armazenam uma quantidade de dados que as memórias mais potentes atuais levariam cerca de 5 anos de evolução para conseguir armazenar.
    O novo método envolve os filamentos finos, com largura de cinco nanômetros de largura - superando as expectativas que a indústria tinha de alcançar até o final da década usando métodos convencionais. A descoberta inicial foi feita por Jun Yao, um pesquisador de pós-graduação de Rice. Sr. Yao disse que "tropeçou" no comutador por acidente.
   No entanto, como tal dispositivo busca substituir os transistores, a indústria não tem dado tanta atenção. Não é de hoje que se sabe que as idéias que buscam revolucionar o mundo da computação não são muito aceitas.
   Em um projeto separado, a HP pretende anunciar hoje que está desenvolvendo em parceria com uma empresa gigante do ramo de semicondutores um dispositivo de armazenamento de dados, os memristores. Tais dispositivos são capazes de alterar de forma astronômicas a densidade de dados que conseguimos armazenar, revolucionando o mundo da eletrônica. Além disso, ele não depende do fornecimento de energia para permanecer com os dados armazenados, constituindo um novo tipo de memória flash.
                                                                   
    Embora o memristor (que une os termos em inglês “memory” e “resistor”) tenha sido inicialmente desenvolvido para aumentar a memória dos equipamentos, os investigadores da HP descobriram que também pode ser utilizado para operações informáticas lógicas. Isto significa que dentro de seis a oito anos, o memristor poderá ser usado para gerir tanto a memória como os processos lógicos no mesmo chip e ao mesmo tempo, algo que, segundo os analistas, pode representar um grande avanço na indústria informática.
Memristor

“Os memristores têm o potencial de virar o mundo informático do avesso”, assegura Dan Olds, analista do The Gabriel Consulting Group. “Dado que são tanto um processador como um dispositivo de armazenamento, atuam de forma muito similar a um cérebro humano. Podem, por isso, realizar tarefas muito mais rápidas, como o reconhecimento de padrões, do que os computadores convencionais. E, graças à sua memória, podem “aprender” muito melhor que os actuais sistemas”, destaca o analista.

Fonte: http://www.nytimes.com/2010/08/31/science/31compute.html?_r=1&ref=technology

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